Situação de Cabo Verde
Apesar do sucesso do
modelo de desenvolvimento em Cabo Verde (pertença à lista dos países de
rendimento médio) durante a última década, a nossa economia registou um forte
crescimento ao nível do crédito, facto que alimentou a bolha imobiliária,
expondo simultaneamente os bancos ao risco de investimentos estrangeiros,
ficando a actividade económica fortemente dependente do sector financeiro da
construção e do turismo. Associados ao forte crescimento económico registado na
última década, registaram-se aumentos ao nível dos preços e salários. A partir
de 2007, em resultado da crise financeira internacional, os activos
imobiliários registaram acentuadas desvalorizações, facto que afectou
fortemente o sector. Na tentativa de ultrapassar esta questão, o governo tomou
algumas medidas de precaver a crise nas ilhas, as chamadas medidas de austeridade,
embora não assume porque em Novembro de 2011 José Maria Neves dizia que não
haverá plano de austeridade em Cabo Verde.
As medidas tomadas pelo executivo
Deste modo, em
função da queda da actividade económica (queda do produto, aumento do
desemprego, perda de competitividade, etc.) e dos custos associados à
recapitalização da banca, as finanças públicas viram o défice orçamental
aumentar de 7% para 15% de 20010 para 2011, tendo as autoridades implementado
como resposta um conjunto de medidas de consolidação orçamental na tentativa de
conter o défice já em 2012. Apesar de tudo, o governo, através do Primeiro-ministro,
dizia em Novembro de 2011: ‘não haverá plano de austeridade em Cabo Verde’.
Por outro lado,
o FMI sugere que O governo
cabo-verdiano deve manter uma postura austera para preservar a paridade cambial
e proteger a economia contra os choques externos. São as recomendações feitas pela
subdirectora geral e presidente em exercício do conselho de administração do
Fundo Monetário Internacional (FMI), que concluiu a segunda e última avaliação
de desempenho de Cabo Verde ao abrigo do Instrumento de Apoio à Política
Financeira (PSI).
Orçamento
do (OE) para 2013
O crescimento
económico para 2013 deverá situar-se em torno de 5%, em função do
desenvolvimento da conjuntura económica e financeira internacional e da procura
interna. Falar do OE, é falar um pouco do imposto (directos e indirectos),
consumo público, energia, água, turismo, divida pública - montante acumulado
dos empréstimos contraídos pelo Estado para cobrir défices de cada ano. De
qualquer das formas o país deve apostar num orçamento que o permita ganhar
maior competitividade, maior produtividade sem no entanto esquecer de que é
preciso fazer mais e melhor. Aliás, na abertura do debate sobre o OE para 2013,
o Primeiro-ministro José Maria Neves disse que é preciso “cautela e medidas que
amortecem os impactos negativos que podem arrastar o país para uma situação de
crise”.
Efeitos das medidas de austeridade para as universidades
As universidades
fazem parte da sociedade e estão a sofrer os efeitos, como todas as empresas, instituições
públicas e privadas da actual crise financeira. Os alunos são, também, membros
constituintes desta mesma sociedade. Na cidade da Praia há que passe
dificuldades em se alimentar ou apanhar os transportes para deslocarem-se às
aulas.