sexta-feira, 9 de novembro de 2012

JORNALISMO ONLINE EM CABO VERDE 1

Preparar o futuro hoje

Acredito que estamos a caminhar ao nosso ritmo para a prática, não digo perfeita, mas sim desejável do jornalismo no suporte internet. Há muitos investimentos no combate à infoexclusão (70% de infoexclusões) – aumento de praças digitais, programa mundo novo, NOSI, concorrência à Telecom, etc. Contudo, a infoexclusão é um facto ainda relevante nestas ilhas. Há muitas ‘zonas de sombra’, tanto a nível energético como a nível de rede, o preço da internet é elevadíssimo, e quanto à pratica do jornalismo online nota-se que os profissionais da praça não querem se desinstalar do vício do não domínio dos equipamentos electrónicos.

 
Passos de tartaruga
Estamos no começo, e nota-se um esforço para entrarmos no mundo do online, mas temos ainda muito caminho. É de louvar que todos os semanários da nossa praça possuem uma página web. Também as rádios e as estações televisivas estão por dentro. É de notar que a RTC está a fazer um bom serviço com o seu online, mesmo que não seja o mais perfeito, presta um serviço notável aos nossos patrícios na diáspora. Começou também a aparecer órgãos que especificamente são online, como o Liberal, BinóculoPolítico e a Agenda Culturalda Praia.

 
Passos de caranguejo
Vendo para a entrevista de Mindy McAdams deparamos com muitas dificuldades no nosso jornalismo online, no que se refere à técnica de o praticar. A velocidade a actualidade, dois dos principais requisitos deixam muito a desejar. Facilmente podemos deparar com inúmeros outros erros: inexistência de links, notícias relacionadas, gráficos, animações, elementos interactivos, concisão, objectividade, etc.
Dos sites citados pelo entrevistado, nenhum da nossa praça consta nos melhores na prática do jornalismo online. Mesmo assim, também concordo com o McAdams de que o jornalismo online vai, no futuro, encontrar maneira de pagar as suas próprias contas. Porque não em Cabo Verde! Pois, na nossa região (África) estamos à frente, mesmo que a nível do velho continente e dos EUA pareçamos atrás.

 

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JORNALISMO ONLINE EM CABO VERDE 2

Ainda numa incubadora

Temos poucas reflexões acerca deste assunto, com raras vozes especialistas a comentar o assunto ou a lançar teorias. O jornalismo online é um fenómeno muito recente em Cabo Verde, podendo ser considerado ainda um bebé em fase de aleitamento materno. Se a própria internet é ainda um adolescente, a prática do jornalismo suportado pela plataforma da internet é ainda mais recente.
À luz de Cabreras
Pelas características que o nosso jornalismo online apresenta, podemos equipará-lo com teorias de alguns especialistas de renome a nível internacional. Se formos analisar as teorias de Cabreras, que ilustra quatro modelo-fases da prática do jornalismo na web, chegaremos a conclusão de que estamos na terceira fase, que ele denomina de modelo digital porque obedece algumas exigências: os layout das nossas páginas estão em compatibilidade com o meio web; banners publicitários e gestão de zonas; possibilidade de comentar e interagir, assim como poder explorar a última hora.

 À Luz de Canavilhas
Um outro expert, Canavilhas, que nos contempla duas fases do jornalismo online, leva-nos para a sua primeira fase, a do jornalismo online, porque estamos a conservar as características dos outros meios no suporte web. Não só o impresso está muito visível nas nossas páginas, como afunilava a ideia de Cabreras, como também, dos outros medias.
A convergência de todos os outros meios que se espera no jornalismo online não se trata de transportar tudo para o meio online, mas sim de reconfigurá-las de acordo com as exigências do ciber espaço. Porque temos lacunas e vícios dosoutros meios na prática do jornalismo online em Cabo Verde, podemos afirmar que estamos na fase que Canavilhas classifica de jornalismo online.

De acordo com estes dois especialistas, Canavilhas e Cabreras,  podemos verificar que temos muitos desafios para batalhar no jornalismo que se pratica no nosso país.

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